quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Crônica no Ônibus


Eu estava no ônibus voltando para casa, observando as pessoas, para depois, a partir dessas observações, fazer minha crônica. No começo eu não estava com vontade de observar as pessoas, e nada nelas parecia ser interessante. Depois de um tempo observando vários homens peludos e suados se espremendo pelo corredor do ônibus, eu tentei observar pela janela as coisas que estavam do lado de fora do ônibus, mas também não havia nada de mais além de crianças lutando kung fu em uma escola de kung fu e muitos carros circulando pelas ruas.
Depois de muito tempo sentado no ônibus sem ter nada interessante para observar, um homem sentou do meu lado, e eu não gosto muito quando pessoas desconhecidas com rostos estranhos sentam do meu lado porque elas podem ser pedófilas ou algo do tipo. Mas como este homem estava perto de mim, foi fácil perceber os detalhes do seu corpo. Ele usava uma camisa verde e uma calça marrom. Seu rosto era pequeno mesmo ele sendo gordinho e isso era um pouco desproporcional. Ele tinha uma barba castanha, da mesma cor que os seus cabelos curtos e olhos. No braço dele havia uma estranha pinta peluda e marrom, e essa pinta era tão grande que era difícil não ficar observando-a. O braço dele também estava pálido, e como ele estava muito suado, notei que infelizmente ele fedia muito.
Observando este homem eu descobri que ele estava tendo aulas de inglês ou espanhol antes de embarcar no ônibus porque ele estava segurando uma pasta que continha materiais dentro, e na frente desta pasta estava escrito “Fisk”. Fisk é uma escola de inglês e espanhol.
Depois de muitos minutos sentado no banco do ônibus, dividindo um pequeno espaço com aquele ser estranho que estava do meu lado, eu, a Rubi, (Rubi é minha amiga e estava voltando para casa junto comigo) o homem que estava do meu lado e todas as outras pessoas do ônibus saíram do veículo no mesmo ponto, porque era no Terminal da Lapa.
Quando você precisa sair do ônibus no terminal, tem uma coisa boa e uma ruim. A boa é que você vai sair daquele ônibus quente e lotado, e não vai mais ter que ser esmagado por trogloditas gigantes e peludos. A ruim é que para sair do ônibus é preciso se esfregar em praticamente todos os trogloditas suados que estavam dentro do ônibus, e para que eu não tenha que sentir o suor de outras pessoas escorrendo pelo meu corpo, eu tento me esquivar das axilas molhadas e braços húmidos e peludos dos “troglos” usando movimentos reflexíveis que aprendi com as aulas de capoeira nestes últimos dias.
Saindo do ônibus eu perdi de vista o homem que estava observando, mas acredito que ele devia estar andando em direção a outro ônibus como um cidadão brasileiro não poliglota qualquer.


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